quarta-feira, março 06, 2024

Rascunhos

Talvez eu já soubesse e tivesse esquecido, mas os "rascunhos" que ficam guardados na minha conta do Blogger funcionam assim: os que chegaram a ser publicados e foram revertidos para rascunho, se republicados, voltam para a posição original. Rascunhos que nunca chegaram a ser publicados, se o forem, entram como postagens novas, por mais antigos que sejam. 

Republiquei algumas postagens que tinha revertido. Estão lá, no ponto em que as publiquei originalmente.

Significados

Algumas palavras da língua portuguesa, em sua multiplicidade de significados, parecem trazer mensagens sutis e lições de vida. Por exemplo: esperar. Existe o esperar de espera, que em inglês é "wait". Existe o esperar de expectativa, que em inglês é "expect". E existe também o esperar de esperança, que em inglês é "hope". Mas há situações em que as acepções se confundem. Você pensa que está numa espera válida, mas na verdade é apenas uma expectativa infundada, uma vã esperança. 

Outro caso é o verbo mudar. Existe o mudar de transformar-se, que em inglês é "change", e o mudar de trocar de endereço, que em inglês é "move". Mas, quando passamos para uma nova residência, com certeza queremos que haja também uma transformação em nossa vida. Positiva, claro. Sempre. Uma mudança para melhor.

Por fim, temos o verbo errar. Existe o errar de cometer um erro, que em inglês é "err" (formal, mas é a tradução literal), e existe o errar de andar sem destino, que em inglês pode ser "wander" ou "roam". Às vezes lembro de erros que cometi em minha vida e, desde então, tornei-me um errante. Mas ainda espero mudar isso.

quinta-feira, fevereiro 29, 2024

Documentário sobre "We are the world"

Já há bastante tempo, certo ou errado, passo mais tempo nas redes sociais do que vendo TV ou lendo jornais. Então é por ali que as novidades chegam até mim em primeiro lugar. Depois, trato de buscar mais informações em sites de notícias ou outras fontes, conforme o caso.

Vai daí que, de uma hora para outra, todos começaram a comentar o documentário "A noite que mudou o pop", disponível na Netflix. E cheios de elogios à produção, inclusive amigos mais exigentes que eu não imaginaria que ficariam tão positivamente impressionados. Também me surpreendi que um evento de 1985 pudesse voltar a ser um assunto tão badalado em pleno 2024. O tema é a gravação da canção "We are the world", do projeto USA for Africa. Fiz uma anotação mental de conferir esse filme e finalmente consegui vê-lo hoje. 

Eu devo confessar que não gostei de "We are the world" quando foi lançada. Achei uma música enjoativa, longa demais, com propósito explícito de emocionar ouvintes casuais. Não me passou sinceridade. Esse é o risco das composições por encomenda ou tarefa: aos meus ouvidos, a criação de Lionel Richie e Michael Jackson, cantada por um supertime de artistas americanos no auge da popularidade, soou forçada, como uma peça publicitária. Não me surpreende que tenha sido sucesso, pelo contrário: é bem o tipo de gravação que cai imediatamente no gosto do povo, vendendo como água. Ainda mais da forma maciça com que foi promovida. Mas não me cativou. Preferi mil vezes a obra dos ingleses, "Do they know it's Christmas", também em auxílio à África, apesar da frase infeliz "nesta noite dê graças a Deus que são eles e não você". Fora esse detalhe, o grupo Band Aid disse o que tinha que dizer em menos de quatro minutos (enquanto os americanos ultrapassaram a marca de sete), passou uma emoção legítima e terminou com a frase pungente: "Será que eles sabem que é Natal?"

Justamente por não ter gostado, não me interessei em ver a fita VHS "We are the world: The Video Event", que foi lançada pouco depois. Então não sei dizer quais imagens da época mostradas no documentário atual são inéditas. Mas devo admitir que "A noite que mudou o pop" me agradou bastante. Alternando cenas de arquivo com novos depoimentos de participantes diversos, o documentário conta a história completa dos bastidores da gravação, que foi registrada em áudio e vídeo. A sessão foi marcada para a madrugada seguinte ao American Music Awards, nos estúdios da A&M, em Hollywood, reunindo 45 artistas da nata da música americana.

Hoje circula nas redes sociais um trecho que mostra Bob Dylan em meio aos demais, mas sem cantar, enquanto os outros seguem na interpretação. A explicação está no filme: o produtor Quincy Jones pediu que os que não conseguissem alcançar o tom de Michael Jackson ficassem em silêncio, pois ele queria todos exatamente na mesma oitava. Ao final, Dylan grava um vocal em separado, depois que Stevie Wonder, fazendo uma hilária imitação da voz do autor de "Blowing in the wind", lhe ensina como deverá interpretar. Também é divertido o momento em que Cindy Lauper tem que se livrar de colares e brincos que estão causando interferência em seu microfone. 

Depois de tantos anos ouvindo e reouvindo "We are the world" no rádio e na TV, me acostumei com a canção e me peguei cantando junto em diversos momentos do documentário. Conhecendo o esforço que foi necessário para reunir todos aqueles astros, fazer o arranjo de vozes e concluir tudo em uma única madrugada, é impossível não ver o projeto todo de forma mais benevolente. Continuo não me juntando ao coro de "ai que lindo!" dos que a-ma-ram o resultado. Mas pelo menos já consigo admirar a contribuição de cada um, incluindo o já citado produtor Quincy Jones e o engenheiro de som Humberto Gatica, que trabalhou até com Kleiton & Kledir. Recomendo "A noite que mudou o pop". Vejam.

quarta-feira, fevereiro 21, 2024

Realizando um antigo sonho

 Hoje realizei um sonho acalentado há 39 anos (ou talvez um pouco menos, descontando os meses). Vamos por partes. 

Em 1985, trouxe dos Estados Unidos uma fita VHS com o filme "Ziggy Stardust, the Motion Picture". É o registro do último show realizado por David Bowie com sua banda Spiders From Mars em 1973, em Londres. O lançamento mesmo, em filme, vídeo e disco, só viria a acontecer cerca de dez anos depois do concerto, por razões diversas. Essa é minha fase preferida da carreira de Bowie. 
Lembro que fiquei "louco" quando vi esse laserdisc (ou videodisco) para vender numa loja de Porto Alegre. Foi no começo dos anos 1990. Eu era entusiasta do formato, então considerei uma compra obrigatória, embora não estivesse exatamente barato.  
Chegamos à era do DVD. Essa edição era daquelas vendidas em bancas de revistas a preço baixo. Comprei na hora. Mas, como sempre considerei suspeitos os lançamentos desse tipo...
...fiz questão de adquirir o DVD importado, para ter um item legítimo na coleção. Não lembro como consegui esse. Pode até ter sido em Porto Alegre, mesmo. 
Em 2003, foi lançado esse DVD comemorativo de 30 anos do show. Além de uma bela remasterização que "limpou" a imagem no capricho, ainda incluía uma trilha de comentários do diretor D.A. Pennebaker e do produtor Tony Visconti, que remixou o áudio para lançamento lá em 1983.
No ano passado, finalmente, saiu o tão esperado Blu-ray do filme (a edição da foto acima traz também dois CDs com a trilha sonora). Produções originais em película (e não vídeo comum) sempre têm a ganhar nesse formato de alta definição. De quebra, ainda incluíram "The Jean Genie" e "Round and Round", que tinham ficado de fora de todas as edições anteriores, com a participação de Jeff Beck. Muito bem!

Mas, para mim, ainda faltava uma experiência. E isso me deixava frustrado: ver o filme no cinema! Como as cenas de palco são todas com fundo escuro, qualquer reflexo na tela do televisor aparece com destaque, maculando a experiência. E ver televisão de luz apagada não é recomendável. Enfim, hoje, realizei meu sonho. "Ziggy Stardust, the Motion Picture" foi exibido na Sala Eduardo Hirtz da Casa de Cultura Mario Quintana, às 19 horas, em Porto Alegre. Agora sim, pude vivenciá-lo em toda a sua plenitude! A proporção da imagem é 4:3, a mesma dos antigos televisores, resultando em espaços ociosos nas laterais da tela. Mas é melhor dessa forma do que cortar uma parte do enquadramento para forçar um "widescreen", como fizeram com "Get Back" dos Beatles. O som me pareceu mono, mesmo assim estava ótimo para o clima de um concerto de rock. Imagem nítida e perfeita como deve ser, sem o incômodo reflexo do televisor. Os diálogos têm legendas em português. Após a exibição, o jornalista Jimi Joe deu seu depoimento sobre quando entrevistou David Bowie por telefone, depois teve sua voz reconhecida pelo cantor em uma entrevista coletiva. 

quarta-feira, janeiro 31, 2024

Janeiro, o mês do temporal

A história, quem diria, se repete. Em janeiro de 2016, tivemos um temporal devastador em Porto Alegre, que derrubou árvores, postes, telhados e deixou a cidade sem luz. Daquela vez foi no dia 29, às 22 e 30. Pois agora foi no dia 16, mais ou menos no mesmo horário. Se bem lembro, olhei para o relógio e eram quase 22 horas. 
Tirei estas fotos no dia seguinte, 17, aproximadamente às 13 horas. Os dois trechos ficam entre a Gonçalves Dias e a Erico Verissimo. As duas fotos acima foram na Rua Barão do Triunfo. As três abaixo, na Caldwell.
Uma vizinha opinou no Facebook que o temporal de 2016 foi mais agressivo. Com relação ao nosso bairro, o Menino Deus, não tenho dúvidas. Deixarei o link abaixo para as fotos que tirei naquela ocasião. Até um relógio/termômetro digital de rua, próximo ao Shopping Praia de Belas, literalmente se curvou diante da ventania. Mas, pelos relatos que tive do que ocorreu no restante da cidade, vejo que este não ficou muito atrás. E desta vez com o agravante de a Equatorial, que assumiu em 2021, não ter conseguido restabelecer o fornecimento de energia elétrica em tempo hábil. Muita gente perdeu seus mantimentos no freezer. 
Assusta-me a ideia de que incidentes como este possam se tornar recorrentes em Porto Alegre, mas acho que teremos que nos acostumar com isso. E estarmos preparados. Eu sempre tive um certo receio de dirigir na iminência de temporal, pois agora fico mais temeroso ainda. Por sorte, nas duas vezes, eu estava seguro em casa. 
Leia também: Caos em Porto Alegre (o temporal de 2016)

terça-feira, janeiro 23, 2024

Novo EP de Tony Babalu nas plataformas digitais

Em 2021, em plena pandemia, o guitarrista Tony Babalu gravou um novo trabalho com algumas diferenças dos anteriores. Dessa vez ele tocou sozinho todos os instrumentos e registrou faixas curtas, que no tempo total formaram o que poderia ser considerado um EP. A sigla vem de extended player, discos com pouco mais de duas faixas que, no Brasil, quando lançados em vinil, eram conhecidos como "compactos duplos". O EP de Tony havia se chamado No Quarto de Som... Pois pelo visto ele gostou da experiência, pois resolveu repeti-la nos mesmos moldes. Até a capa segue um padrão semelhante ao do lançamento anterior. E o título deixa clara a intenção de continuar no mesmo conceito: De Volta ao Quarto de Som...

O primeiro dos cinco temas instrumentais é "Crash!", que, como sugere o título, é um rock direto em batida 4/4, a única das músicas a ultrapassar a marca de cinco minutos. "Neblina" segue um "groove urbano", como descreve o release, e vai descortinando aos poucos um clima viajante. "O Lenhador" oscila entre suavidade e firmeza em seus quase três minutos e meio de blues. "Entre cristais" desacelera o pique, numa balada envolvente, e a curtinha "Shai" encerra a audição de 19 minutos e meio (tempo total do EP) com ainda mais leveza: apenas duas guitarras, sem marcação de ritmo. De Volta ao Quarto de Som está disponível nas plataformas digitais. Confiram neste link aqui

Em alguns de meus comentários anteriores sobre Tony Babalu, mencionei o fato de ele ter tocado com a banda paulistana Made in Brazil, inclusive citando a participação dele no documentário "Uma Banda Made in Brazil", que estreou no festival In Edit em 2021. Pois numa curiosa coincidência, bem no momento em que Tony solta seu novo EP, o filme contando a história do Made é lançado em DVD, numa iniciativa louvável de Oswaldo Vecchione e companhia. Aí está o guitarrista dando o seu depoimento.

Para ler todos os textos deste blog em que Tony Babalu é citado, clique aqui.

domingo, janeiro 14, 2024

Aniversário do Iuri

Os 30 anos do meu filho foram bem comemorados na casa dele. Na foto acima aparecem, entre outras pessoas, a vó dele (minha ex-sogra), a mãe dele, a irmã e o irmão dele (que não são meus filhos) e a dinda dele (tia), à frente, tirando a selfie. Como ele não pode comer doces e acabamos não providenciando uma torta diet, improvisamos com um pote de sorvete sem açúcar na hora do parabéns (imagem abaixo). Mas ele ficou bem feliz. Tudo de bom, Iuri! Que nunca te falte nada! 

domingo, dezembro 31, 2023

Ano Novo

 Que as coisas boas permaneçam e que as ruins melhorem em 2024. Feliz Ano Novo!